O desenvolvimento do agronegócio e sua importância relativa para a economia brasileira têm crescido consideravelmente nas últimas décadas, e apesar do cenário otimista, observa-se que é também crescente a preocupação com os co-produtos que são gerados a partir dos processos agroindustriais.

Um co-produto é um produto secundário, totalmente gerado ou parcialmente gerado pronto ao longo do processo produtivo. Assim, mesmo não sendo o produto principal, esses co-produtos têm relevância econômica para a empresa e devem ser tratados como tal. Para serem efetivos no mercado, eles devem ser bem estudados e planejados para sua implementação no processo produtivo.  Um exemplo de co-produto é o soro de leite, que é um produto com riqueza nutricional e que pode ser incorporado em sua forma líquida em outros produtos ou ser seco, com o objetivo de aumentar sua vida útil e para ser utilizado como ingrediente na produção de outros produtos. Além disso, a casca de algumas frutas e hortaliças, quando devidamente tratados, podem ser secos e utilizados para a produção de farinhas ricas em fibras, que podem ser utilizados como complemento da dieta nutricional infantil.

Os co-produtos da produção alimentícia podem ser produzidos, desde restaurantes, pequenos produtores de alimentos até indústrias consolidadas. Tais co-produtos podem ser para o desenvolvimento de novos produtos utilizados, são alguns exemplos: recheios e sopas utilizando talos de folhas, receitas utilizando cascas de frutas e legumes. Além da produção de bolinhos e saladas utilizando folhas de outros alimentos, como a cenoura, que descarta-se geralmente. A utilização dos resíduos têm inúmeras possibilidades e dependem do tipo de resíduo que é produzido. Assim, o produtor deve analisar seu contexto para entender quais co-produtos podem ser feitos a partir da matéria prima que ele utiliza em sua produção e os resíduos gerados.

Além da confecção de novos produtos, os co-produtos utilizados de maneira correta trazem o benefício de utilizar todo o potencial da matéria prima, convertendo o valor gasto totalmente em produtos, aumentando os lucros além de um poder de conversão maior dos gastos em receita.  Além disso, em muitas indústrias e ramos de atuação, exige-se por lei que tratem e disponham adequadamente os resíduos gerados. Portanto, utilizar mais da matéria prima leva a uma produção menor de resíduos. Consequentemente, a um gasto menor no tratamento dos mesmos. Por fim, há a diversificação da produção. Muitos produtores acabam se especializando em apenas um produto, que é o produto principal gerado. A incorporação dos co-produtos ao processo produtivo permite a diversificação do campo de atuação, sendo possível alcançar mais mercados e encontrar formas ainda mais lucrativas de utilizar a matéria prima, apresentando um potencial inovador.